TechTok #10. Entre maçãs e robôs, qual a melhor escolha?

Nós repetimos sempre que a privacidade é importante, e há poucas coisas em nossas vidas em que essa importância se manifesta de forma tão forte quanto nos celulares que usamos. Raramente saímos de casa sem o telefone; usamos ele para nos manter conectados com amigos e familiares, fazer compras online, trabalhar e jogar. Fazer uma escolha errada aqui pode impactar seriamente nossa privacidade — e não de forma positiva. Um usuário anônimo parece concordar conosco e faz a seguinte pergunta:

Qual é melhor para a sua privacidade — iOS ou Android?

Como sabemos, o iOS pertence à Apple, e o Android pertence ao Google, e os dois gigantes do mercado de sistemas operacionais móveis têm abordagens muito diferentes quando se trata de proteger os dados dos usuários. Cada um tem suas próprias características:

  • A Apple é conhecida por adotar a filosofia do “jardim murado”, com um ecossistema fechado em que detém quase total controle tanto sobre o hardware quanto sobre o software. Grande parte de seus lucros vem da venda de hardware, incluindo os iPhones, e não da publicidade. Isso dá à Apple um forte incentivo para priorizar a privacidade do usuário como um diferencial de venda.

  • O Android, do Google, por sua vez, é amplamente conhecido por sua natureza de código aberto, que facilita grande flexibilidade e personalização. Diferente da Apple, a principal fonte de receita do Google é a publicidade, que tem como base a coleta de dados. Esse conceito central colide diretamente com a ideia de priorizar a privacidade dos usuários. Esse choque fica especialmente evidente nas inúmeras, mas malsucedidas tentativas do Google de substituir os cookies de terceiros por um novo sistema que supostamente coletaria dados dos usuários de maneira mais amigável à privacidade.

Então é isso? O iOS é melhor para a privacidade do que o Android, caso encerrado? Não exatamente. Vamos nos aprofundar em alguns aspectos da privacidade que devem orientar sua decisão ao escolher entre comprar um iPhone ou um dispositivo Android.

Políticas das lojas de aplicativos e segurança dos apps

De certo modo, seu celular é tão seguro e privado quanto os aplicativos instalados nele. Portanto, ter políticas rigorosas nas lojas de aplicativos é fundamental para garantir que apps maliciosos ou pouco cuidadosos com a privacidade não cheguem aos dispositivos dos usuários.

A App Store da Apple, no iOS, é famosa por seu rigoroso processo de revisão manual de todos os aplicativos enviados. Existe uma boa razão para isso, mas isso não torna o sistema infalível. Quando um desenvolvedor deseja enviar seu app para a App Store, ele é obrigado a listar todas as formas de coleta de dados sobre o usuário em etiquetas especiais. Elas são chamadas de “nutrition label”, divididas em três categorias (“Dados usados para rastrear você”, “Dados vinculados a você”, “Dados não vinculados a você”), e incluem informações como dados financeiros, localização, contatos e muitas outras.

Etiquetas de nutrição de privacidade
Imagem: mashable.com

A Apple não verifica de forma independente todos os métodos de coleta de dados de cada aplicativo, então, se um desenvolvedor for pego violando as regras de privacidade, a empresa tomará medidas — mas de forma reativa, e não proativa.

Em setembro de 2020, junto com o iOS 14.5, a Apple introduziu a Transparência no Rastreamento de Apps (ATT), uma estrutura de privacidade que exige que os aplicativos obtenham a permissão explícita do usuário antes de rastrear suas atividades em outros apps e sites. Quando um app quer rastrear um usuário, ele exibe uma mensagem padronizada solicitando a autorização. E, se o usuário escolher “Pedir para não rastrear”, o app fica impedido de acessar o IDFA (um identificador exclusivo para anunciantes), o que dificulta muito o rastreamento das atividades desse usuário em diferentes plataformas.

No Android, a loja de aplicativos mais utilizada é, de longe, a Google Play Store. Assim como as “etiquetas de nutrição de privacidade” da Apple, o Google exige que todos os desenvolvedores preencham um formulário chamado “Segurança de dados”.

Formulário de segurança de dados do desenvolvedor
Imagem: onesignal.com

Essa seção, visível em todas as páginas da Play Store, detalha quais dados do usuário o aplicativo coleta, por que os coleta e se eles são compartilhados com terceiros. A Google Play também realiza verificações automáticas que todo novo app e toda atualização precisam passar. Essas verificações são projetadas para detectar coisas como malware e tentativas de acessar dados sensíveis sem permissão ou para fins maliciosos. Também procuram violações de políticas, como falsas declarações sobre a funcionalidade do aplicativo. No entanto, a percepção geral é de que essas varreduras automáticas do Google são menos confiáveis do que as revisões manuais da Apple.

Outra camada de defesa é o Google Play Protect — um serviço de segurança embutido em todo dispositivo Android com a Google Play Store instalada. Sua função é oferecer proteção contínua no próprio dispositivo, analisando automaticamente todos os aplicativos, independentemente de terem sido baixados na Play Store ou em fontes externas.

Falando nisso, não podemos falar sobre segurança de aplicativos no Android sem mencionar o sideloading, ou seja, o processo de instalar aplicativos de terceiros fora da loja oficial. No iOS, essa opção é limitada e só está disponível em alguns países selecionados (principalmente na União Europeia). O processo de sideloading no iOS é relativamente complicado, e em geral essa prática é pouco utilizada pelos donos de iPhones. Já no Android, o sideloading é muito mais comum: ele oferece grande liberdade e flexibilidade, mas também coloca muita responsabilidade nas mãos do usuário. Instalar aplicativos de fontes duvidosas e não confiáveis pode trazer riscos significativos à segurança e à privacidade.

Coleta de dados e controles em nível do usuário

Quando se trata de coleta de dados — ou melhor, da ausência dela — é difícil não dar crédito à Apple, especialmente em comparação com o Google. A Apple construiu sua filosofia em torno de coletar o mínimo de dados possível. Alguns exemplos da aplicação prática dessa filosofia incluem:

  • Aprendizado de máquina no dispositivo. Muitos dos recursos inteligentes do iPhone, como reconhecimento de fotos e sugestões de texto preditivo, são processados diretamente no aparelho, sem que os dados cheguem aos servidores da Apple.
  • Localização aproximada. Quando um app pede sua localização, você tem a opção de compartilhar apenas sua “localização aproximada” em vez das coordenadas exatas do GPS.
  • Atribuição de anúncios preservando a privacidade. Quando um app exibe um anúncio que leva a uma compra, a Apple oferece um método para o app saber que o anúncio foi bem-sucedido sem revelar nenhuma informação sobre o usuário que realizou a compra.
  • As já mencionadas Transparência no Rastreamento de Apps (ATT) e etiquetas de nutrição de privacidade.

Somados a outros recursos que favorecem a privacidade, como Proteção de Privacidade do Mail (que oculta seu endereço IP e bloqueia pixels de rastreamento) e o Private Relay (que funciona como uma espécie de VPN para o Safari), essas medidas garantem que os usuários do iOS tenham várias formas ativas e passivas de proteger sua privacidade.

Por outro lado, a dependência inerente do Google da coleta de dados para sustentar seu negócio de publicidade significa que, por design, os dispositivos Android não são tão bem equipados para proteger a privacidade — pelo menos por padrão. Isso não quer dizer que o Google não ofereça ferramentas para que os usuários gerenciem e excluam seus dados. Recursos como o Painel de Privacidade, que fornece uma visão clara de quais apps acessaram permissões sensíveis, e os Controles de Atividade, que permitem ativar ou desativar diferentes tipos de coleta de dados (como atividade em apps, histórico de localização, histórico do YouTube), são fundamentais para manter seus dados pessoais protegidos. Vale mencionar também que o Android permite excluir ou gerar novamente seu identificador único de publicidade a qualquer momento.

No entanto, quando falamos de privacidade, com o Google sempre há uma pedra no caminho — e possivelmente mais de uma. Já mencionamos o Privacy Sandbox — o plano de longa data do Google para eliminar gradualmente os cookies de terceiros de uma forma que equilibre a privacidade dos usuários com as necessidades dos anunciantes. Muitos especialistas e pesquisadores de privacidade apontaram várias falhas nesse projeto, questionando a própria premissa de que é possível conciliar rastreamento e privacidade. O próprio Google parece ter pensamentos semelhantes, já que adiou seu plano de eliminar os cookies, possivelmente por tempo indefinido.

Atualizações e correções de segurança

Apesar de este tópico estar mais relacionado à segurança, segurança e privacidade andam quase sempre de mãos dadas, então não podemos ignorá-lo. Mas vamos ser breves.

Como a Apple controla tanto o hardware quanto o software de seu ecossistema, ela consegue liberar atualizações de segurança para todos os dispositivos compatíveis ao mesmo tempo, garantindo um nível consistente de proteção. Além disso, geralmente fornece atualizações de segurança por um período maior do que a maioria dos fabricantes de Android — normalmente de 5 a 6 anos após o lançamento inicial do dispositivo.

A ausência de um sistema centralizado no Android significa que as atualizações de segurança são distribuídas por fabricantes e operadoras de forma independente, muitas vezes em momentos diferentes. Isso pode gerar inconsistências e atrasos, em alguns casos de um a dois anos. Tudo depende bastante do fabricante, portanto, se você optar por um dispositivo Android, precisa pesquisar bem. Alguns fornecedores de Android (como o próprio Google, com os celulares Pixel) são muito melhores em fornecer atualizações pontuais do que outros, e é recomendável que você se informe sobre o fabricante de sua escolha antes da compra.

Então, o que escolher?

Em muitas das comparações que fizemos hoje, a Apple saiu na frente. Em geral, o iOS oferece melhores controles de privacidade, mais recursos de segurança integrados e um processo de revisão de apps mais rigoroso. Se você é o tipo de usuário que gosta das coisas prontas para usar, o iPhone pode ser o celular ideal para você.

Mas há um aspecto em que o Android se sai muito, muito melhor — a flexibilidade. Com o Android, você tem liberdade para fazer praticamente o que quiser, até mesmo instalar o GrapheneOS — um sistema operacional móvel customizado, seguro e orientado à privacidade. Você pode baixar qualquer tipo de app, tanto aqueles que reforçam a proteção do seu dispositivo quanto aqueles que drenam seus dados e comprometem todo o sistema. Se você é um usuário experiente, com conhecimento técnico e que não tem medo de desafios e pesquisas, o Android oferecerá mais do que o iOS jamais poderia. No fim, a escolha é sempre sua.

Esperamos que você tenha achado esta edição especial do TechTok, focada em uma única questão, interessante e útil. Quer enviar sua própria pergunta? Envie através deste formulário, e talvez você a veja respondida no próximo artigo do TechTok!

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