Resumo de notícias AdGuard: Rastreamento oculto da Apple, drama da IA da Microsoft, recurso inesperado do Signal, e muito mais
Nesta edição do resumo de notícias AdGuard: o recurso de privacidade da Apple não funciona como esperado; programadores processam a Microsoft por usar seus códigos para treinar IA; Signal reinventa os Stories; Siri pode perder o "Ei"; e o Google apresenta o seu próprio VPN para desktop.
Usuários do GitHub afirmam que a Microsoft e seus parceiros roubaram suas criações para treinar Inteligência Artificial
Usuários do GitHub acusaram os donos da plataforma CoPilot, a Microsoft, e o seu parceiro Open AI, de violar as condições de suas licenças de código aberto. Uma ação judicial coletiva alegou que as empresas “lucram de forma injusta com o trabalho de criadores de códigos abertos” ao treinar seu assistente de Inteligência Artificial, o CoPilot, a partir de seus códigos. Os representantes legais do processo afirmaram que “este é um importante primeiro-passo na batalha contra a violação de propriedade intelectual na indústria da tecnologia ligada a sistemas de inteligência artificial.” A OpenAI defende que a sua ferramenta CoPilot atende o critério de “uso transformativo legítimo,” e afirma que 99% dos seus resultados “não é compatível com os dados de treinamento.”
Como explorado recentemente em nosso artigo, não há regras ou regulamentações no que se refere ao treinamento de Inteligências Artificiais. No presente, não há nada que impessa que ferramentas baseadas em IA se alimentem de mais e mais terabytes de dados pessoais e conteúdos com copyright disponíveis na Internet. Atualmente, empresas como a OpenAI e a Stability AI não pedem permissão aos criadores de conteúdo para usar os seus trabalhos como parte essencial de alguns produtos. Acreditamos que a Inteligência Artificial possa acrescentar muito ao mundo em que vivemos, mas os usuários precisam de uma solução mais simples e clara caso não queiram que seus dados se tornem parte de um manual de treinamento de IA. Por enquanto, as IA representam uma séria ameaça à privacidade, e isso não vai se resolver sozinho.
Permissão de Schrödinger: Apple continua te rastreando, mesmo com as configurações de privacidade habilitadas
Não importa qual das opções de personalização você marque para os aplicativos nativos da Apple, a gigante da tecnologia coletará a mesma quantidade de dados pessoais, conforme descuberto por pesquisadores de segurança da empresa de software Mysk. Os pesquisadores investigaram vários apps para iPhone da Apple e concluíram que a maioria deles (App Store, Apple Music, Apple TV, Apple Books e Apple Stocks) contina a coletar dados detalhados de uso em tempo real, mesmo se o Analytics do dispositivo estiver desligado. Os pesquisadores “desligaram todas as opções possíveis,” incluindo anúncios e recomendações personalizados, compartilhamento de dados de uso e analytics. Mas isso não mudou nada em termos de como a Apple coleta dados, eles afirmaram. “Recusar as opções de personalização ou mesmo desligá-las não reduziu a quantidade de analytics detalhados enviados pelo App”, disse o pesquisador de segurança Tommy Mysk a Gizmodo. A maioria dos aplicativos observados compartilha “números ID consistentes,” que permitem que a Apple rastreie usuários em partes de seu ecossistema.
A Apple já sofreu críticas por não ser transparente com relação às suas práticas de coleta de dados. Desde o ano passado, a empresa exigiu que os aplicativos de terceiros pedissem permissão aos usuários para realizarem qualquer tipo de rastreamento. No entanto, isso não vale para os seus próprios apps. Isso tudo porque o monitoramento da Apple fica restrito ao seu próprio ecossistema e, portanto, não pode ser considerado como tal, de acordo com a própria política da empresa. No mês passado, nós trouxemos um post com detalhes sobre como as investidas da Apple no mercado de anúncios beneficiará financeiramente a empresa.
Vibes de Instagram: Signal lança Stories com criptografia de ponta-a-ponta
O aplicativo de mensagens seguras Signal começou a lançar sua própria versão dos Stories, tornando-a disponível para usuários de Android e iOS. Os Stories da Signal têm uma semelhança muito grande com os do Instagram, tanto no design quanto no funcionamento. Os usuários podem compartilhar imagens, vídeos e texto através do Signal Stories da mesma forma que no Instagram e em outras plataformas que já adotaram o recurso. Os Stories do Signal também expiram dentro de 24 horas.
No entanto, a Signal reforçou a sua posição enquanto app de troca de mensagens focado em privacidade ao tornar a seus stories mais seguros. A empreda aifrma que os eles contarão com criptografia de ponta-a-ponta e não apresentarão anúncios. Além disso, os usuários poderão decidir quem vê ou não os seus stories: o Signal oferece várias opções de compartilhamento, incluindo compartilhar os Stories com certo grupo de pessoas, com todos os seus contatos do Signal ou apenas quem você já conversou em algum momento. Diferentemente do Instagram, os usuários não poderão ver os Stories de pessoas aleatórias.
O Signal afirmou que a nova funcionalidade não visa “à criação de conteúdos voltados para o aumento no engajamento ou no número de seguidores,” mas facilitar a comunicação privada. Mesmo que os Stories não sejam do gosto de todos mundo, vale a pena experimentar esta versão sem anúncios e privacy-friendly.
Google expande seu serviço limitado de VPN para o desktop
O serviço de VPN do Google já está disponível para Mac and Windows em 12 países selecionados. A VPN estará disponível apenas para assinantes premium do Google One, que pagam $9.99/mês ou $99.99/ano por armazenamento em nuvem e pode ser usada em até 6 dispositivos ao mesmo tempo.
A VPN Google One promete ocultar o seu endereço IP e proteger seus dados de interceptação via redes públicas de Wi-Fi. Ela não permitirá o acesso a conteúdo com restrição geográfica, já que oferecerá um endereço IP da própria região do usuário.
O Google afirma que “jamais usará a conexão VPN para rastrear, registrar ou vender dados de navegação”, exceto por “um registro mínimo” necessário para que o servidor seja otimizado. No entanto, por mais que seja conveniente usar uma VPN que venha junto com uma assinatura de armazenamento em nuvem, nós não recomendamos deixar ao Google a tarefa de proteger a sua privacidade. No fim das contas, a maior parte dos lucros da empresa vem da publicidade direcionada, que requer a coleta de uma enorme quantidade de dados.
Não tem como dar errado, certo? Apple pode tirar o "Ei" do "Ei, Siri!"
A Apple aparentemente acredita que a icônica frase "Ei, Siri!", responsável por acordar o assistente de voz, não é simples o suficiente. A empresa quer se livrar do "Ei" para que os usuários precisem usar apenas uma palavra ao invés de duas. Eles afirmam já estar “trabalhando nesta mudança há meses” e pretendem lançá-la no ano que vem ou em 2024, de cordo com o Bloomberg. Isso representa um desafio enorme, já que uma frase mais longa é de mais fácil compreensão para o robô. A mudança exige “uma enorme quantidade de treinamento da AI e um trabalho de base da engenharia,” reportou o Bloomberg.
FOTO: Omid Armin/Unsplash
Ao encurtar a frase, a Apple aparentemente quer se aproximar da Alexa, da Amazon, que responde com o simples comando “Alexa.” Por mais que qualquer iniciativa voltada para a inovação mereça ser aplaudida, alguns relatórios anunciaram a preocupação de que a mudança poderia tornar a assistente da Apple ainda mais suscetível a erros. Tanto a Siri, quanto outro assistentes inteligentes são conhecidos por confundir palavras aleatórias com suas frases-gatilho. Além disso, uma vez que a Siri é ativada, ela pode gravar os seus dados e, em alguns casos, enviá-los para que sejam decifrados por parceiros da Apple.