WhatsApp ataca a Apple e Durov, o WhatsApp; Toyota sofre um ataque; e muito mais no resumo de notícias AdGuard
Nesta edição do resumo de notícias Adguard: Meta ataca o iMessage em novo anúncio do WhatsApp, Alemanha multa o Telegram, DuckDuckGo lança a versão de desktop do seu navegador focado em privacidade (para Mac, por enquanto), Google dá uma nova cara aos seus anúncios e o descuido da Toyota.
Meta ataca a Apple em um golpe de relações públicas que beneficiou WhatsApp
A Meta resolveu enfrentar o iMessage da Apple como parte de sua campanha promocional de larga escala para o WhatsApp nos EUA. O esforço da equipe de relações públicas surge a mando de ninguém menos que o CEO da empresa, Mark Zuckerberg. Em um post no Instagram, ele argumentou que o WhatsApp é “muito mais privado e seguro que o iMessage” devido a uma série de recursos que o serviço de mensagens instantâneas da Apple não possui.
Por exemplo, Zuckeberg reforçou que a criptografia de ponta-a-ponta do WhatsApp funciona tanto no iOS quanto no Android, enquanto o iMessage é feito sob medida para dispositivos da Apple. A Apple transforma mensagens entre iPhones e dispositivos Android em SMS/MMS, que não são criptografadas. Já nas mensagens de iPhone para iPhone, as mensagens aparecem em bolhas de texto azuis, em oposição ao verde do Android. Embora as críticas do iMessage possam ser justificadas, a Meta escolheu um alvo relativamente fácil. Existem opções mais seguras do que o WhatsApp, como o Signal.
A Meta tem lidado com críticas à forma como lida com a privacidade ao longo dos anos, inclusive por ter um verdadeiro exército de moderadores de conteúdo humanos que podem ler mensagens de threads denunciadas. Além disso, o WhatsApp compartilha metadados detalhados dos usuários com as autoridades caso haja uma solicitação oficial. Isso é feito em tempo real, ao contrário do que faz quase todos os outros serviços.
O Google tornará os anúncios mais (ou menos) óbvios
O Google anunciou uma nova mudança de design que ajudará os usuários a diferenciar melhor os resultados de busca pagos e orgânicos. Os resultados pagos, que antes eram marcados com um pequeno rótulo "Anúncio", agora terão uma tag "Patrocinado" mais longa em negrito. Essa mudança, de acordo com o Google, deve “deixar claras as informações sobre o conteúdo”. A empresa já começou a lançar o novo design para celulares e planeja começar a testá-lo também no desktop.
Além disso, o Google adicionará nomes de sites e favicons no topo de cada resultado de pesquisa em dispositivos móveis. Isso deve, presume-se, facilitar a identificação da fonte do conteúdo.
Agora, resta vermos os resultados destas alterações para saber se o update no design de fato ajudará a distinguir anúncios e resultados orgânicos, ou se isso apenas deixará os usuários mais confusos, especialmente na versão para desktop. Os Favicons, como mostrados no modelo lançado pelo Google, parecem grandes o suficiente para que roubem toda a atenção para si mesmos. O Google tem um longo histórico de fazer o oposto: deixar o design dos resultados patrocinados o mais parecidos quanto possível dos resultados genuinos. No passado, o Google costumava dar destaque aos seus ads deixando-os nas cores azul, amarelo, verde e até vermelho, isso tudo antes de remover qualquer sinalização por cor em 2013. Desde então, os anúncios têm ficado mais e mais sutis. Os usuários do AdGuard, no entanto, não vão notar a mudança, já que não veem anúncios de uma maneira geral, independente do design.
Alemanha multa o Telegram por não seguir as leis do país
Nos últimos acontecimentos do embate entre Berlim e o Telegram, o governo alemão multou o serviço de mensagens em 5,1 milhões de euros (26,8 milhões de reais). O ministério da justiça do país disse que o Telegram se recusou a criar um canal de denúncias “em conformes com a lei”, no qual os usuários poderiam reportar “conteúdo criminoso”. O Telegram também foi acusado de não nominar um representante no país.
O Telegram pode agora recorrer à multa. Esta ação do governo alemão indica que, diferentemente do que foi reportado, houve pouca ou nenhuma aproximação entre a empresa de tecnologia com foco em privacidade e Berlim. Em agosto desse ano, o Telegram surpreendeu seus usuários alemães ao perguntá-los diretamente se eles gostariam que a empresa tivesse regras mais ou menos estritas de compartilhamento de dados com as autoridades. Atualmente, o Telegram compartilha os endereços de IP e números de telefone de suspeitos de terrorismo com a polícia alemã, mas somente se ouver um pedido judicial. A maioria dos usuários voltou em pró do manter as coisas como estão.
Aparentemente, o Telegram levou em conta o feedback dos usuários e está se recusando a ceder. Os usuários do Telegram mostraram que não estão dispostos a comprometer sua privacidade para pegar "bandidos" em potencial, o que é uma visão encorajadora.
Nenhum amor perdido: CEO do Telegram chama WhatsApp de 'ferramenta de vigilância'
O CEO do Telegram Pavel Durov não mediu palavras ao criticar o seu rival WhatsApp. Em um longo post, Durov citou uma vulnerabilidade descoberta recentemente e anunciada pelo WhatsApp, e afirmou que ela poderia ter feito com que hackers ganhassem "acesso completo" a absolutamente tudo no celular de vítimas em potencial.
O fundador do Telegram listou outros casos em que o WhatsApp encontrou problemas semelhantes. Ele sugeriu que este é um círculo vicioso que o serviço de mensagens da Meta provavelmente jamais virá a quebrar. “Todo ano, ficamos sabendo de algum problema no WhatsApp que coloca em risco absolutamente tudo nos dispositivos de seus usuários. Isso quer dizer que é quase certo que uma nova falha de segurança já existe por lá.” Durov continuou dizendo que não estava chamando atenção para os problemas de segurança do WhatsApp para fazer com que os seus usuários mudassem para o Telegram, mas para mantê-los longe do WhatsApp, que ele chamou de ferramenta de vigilância.”
Foto: Adem AY/Unsplash
O WhatsApp e o Telegram definitivamente não se dão bem. Ano passado, milhares de novos usuários passaram a usar o Telegram após o lançamento da nova política de privacidade do WhatsApp, que revelou que o serviço de mensagens compartilha dados do usuário com o Facebook em alguns casos, sem a possibilidade de não consentir. Nós também temos muito contra o WhatsApp e o seu histórico ao lidar com a privacidade e, por isso, não o recomendamos, especialmente considerando o fato de que existem alternativas mais seguras. É claro que a escolha final é sua, mas vale estar atento aos riscos.
O navegador com foco em publicidade DuckDuckGo já está disponível para Mac
A DuckDuckGo, mais conhecida pelo mecanismo de busca com foco em privacidade, lançou um navegador para Mac. Até abril, ele estava disponível apenas através de um lista de espera, mas agora está disponível para todos em versão beta. Os desenvolvedores também a anunciaram que incluíram várias opções de privacidade nativas no lançamento.
Uma destas funcionalidades, chamada “Duck Player”, promete proteger usuários de publicidade direcionada e cookies no YouTube. O YouTube ainda poderá computar as suas visualizações, mas nenhum conteúdo que você assistir vai influenciar o seu perfil de anúncios no YouTube. Isso significa que os usuários não receberão anúncios personalizados a menos que eles queiram. Outras funcionalidades incluem acesso instantâneo ao serviço de email DDG com removedor de rastreadores e integração com o gerenciador de senha de código aberto Bitwarden. Além disso, os desenvolvedores disseram que eles melhoraram a funcionalidade de bloqueio de anúncios ao remover o espaço em branco que tomava o lugar dos anúncios bloqueados.
A DuckDuckGo confirmou que eles estão trabalhando em uma solução parecida para Windows, e esperam lançar o navegador para este sistema operacional em versão beta nos próximos meses. A nós, cabe elogiar o DuckDuckGo por ajudar os usuários a se livrar de rastreadores e anúncios. Após sofrer críticas após fazer um acordo com a Microsoft este ano, a DDG parece estar trabalhando duro para se redimir aos olhos do público preocupado com privacidade.
Oops! Toyota diz que os dados de 300.000 clientes podem ter vazado devido a falha na segurança
A empresa automotiva japonesa Toyota informou que os endereços de email e identificadores de cliente de 269,019 usuários do serviço T-Connect foram expostos como resultado de um vazamento de dados. O T-Connect é um serviço que permite que os clientes da Toyota chequem vários tipos de dados sobre os seus veículos.
O vazamento afetou os donos de carros Toyota que se registraram no serviço entre julho de 2017 e setembro desse ano, quando a Toyota identificou a frangilidade. De acordo com a montadora, o desenvolvedor do site “fez um upload acidental de parte do código fonte na conta do GitHub da empresa, quando ela estava pública”, 5 anos atrás. O código fonte continha uma chave de acesso para o servidor de dados em que os dados dos clientes estavam armazenados. Após descobrir a vulnerabilidade em 15 de setembro, a Toyota transformou o código em privado novamente. A empresa assegurou que outros dados sensíveis, como nomes, números de telefone e dados de cartão de crédito dos usuários não foram vazadas.
A Toyota observou que, embora não possam confirmar que qualquer terceiro tenha realmente acessado o servidor exposto, eles não podem descartar a possibilidade. O erro da Toyota mostra mais uma vez que mesmo as grandes corporações não estão imunes a descuidos de segurança bastante triviais, apesar de todos os recursos e melhores práticas para proteção dos dados dos clientes.